- Não se despreza documentos oficiais ou fontes fidedignas para garantir a credibilidade; em matéria de História jamais poderá prevalecer à lei do menor esforço, o que hoje é uma verdade amanhã pode ser contestada.

A busca por fatos, informações, a pesquisa, reconhecer a qualidade no esforço e trabalho de terceiros, transformam o resultado em um caminho instigante e incansável na busca pela verdade.

Dividir estas informações e aceitar as críticas é uma dádiva para o pesquisador.

Este blog esta sempre em crescimento, qualquer texto, informação, imagem colocada indevidamente, dúvida ou inconsistência na informação, por favor, me comunique, e aproveito para pedir desculpas pelo inconveniente.

(Consulte a relação bibliográfica).

jpmulller@gmail.com

Bem Vindo

terça-feira, 8 de junho de 2010

Cinemas de Rua de Florianópolis

https://issuu.com/petarqufsc/docs/caderno_cinemas_final_pdf

Bons Tempos ...
- A lanterna mágica chegou pelas bandas catarinenses no início do século passado.

- As primeiras projeções foram realizadas por cinematógrafos ambulantes, que também apresentavam espetáculos de hipnotismo e números com animais amestrados.

- Na saída o Footing Social na Rua Felipe Schmidt, mulheres de um lado da rua e os homens do outro, flertando, Claro! 


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Cinema

- Em Florianópolis o cinema chegou no final do século XIX perto de 1900, se misturando a shows variados.

Em 21 de julho de 1900, no prédio do atual Theatro Álvaro de Carvalho ocorreu a primeira projeção cinematográfica da cidade.

Em 1908, no Teatro Álvaro de Carvalho, se instalou a primeira sala fixa de cinema da capital, o Cine Theatro Variedades. Lá apresentavam-se, além de filmes, peças de theatro, cantores e números de magia.

Nas décadas seguintes ocorreram obras de modernização, como a construção da Ponte Hercílio Luz, em 1926.

Com a popularização do cinema, foram construídos os primeiros edifícios específicos para esse fim. Um deles foi o número 156 da rua João Pinto.


O prédio, que hoje tem a fachada simples e abriga a loja de utilidades Milium, já abrigou quatro cinemas diferentes – Internacional, Imperial, Carlitos e Coral.
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Girando a manivela e um tostão, via-se a pequena película em preto e branco com imagens em movimento
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- Nas décadas de 1940 e 1950, o programa cultural da sociedade florianopolitana eram as sessões de cinema, e o Centro de Florianópolis era espaço de sociabilidade.

- As pequenas salas atraíam multidões, desde os fãs da sétima arte até os adeptos do modismo, todos fascinados com a nova opção de lazer e entretenimento.
A indústria da diversão era muito lucrativa na época.

- O movimento nas redondezas da Praça XV de Novembro iniciava depois do meio dia, quando uma legião de garotos juntava-se para comercializar revista em quadrinho e figurinhas. A sessão tão esperada era o seriado do Flash Gordon e outros.
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- O Cine Theatro Variedades foi o primeiro a exibir a máquina Cinematographo Lumiere, uma mistura de show de variedades e cinema, o barracão ficava onde está o atual TAC.
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Revista Cinelândia
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A Cinelândia
Eram estes os Cinemas de Rua de Florianópolis (ordem alfabética):

Cine Art 7, na rua Almirante Alvin, bairro Centro, na sede da antiga prefeitura municipal, inaugurou nos anos 1990, era dirigido pelo cinéfilo e ex-crítico de cinema de O Estado, Darci Costa. O cinema foi desativado para que o Badesc instalasse a sua sede central.

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Cine Avenida, localizado na rua Mauro Ramos, obra dos anos 1970, construído para ser um cinema nunca foi utilizado como tal, hoje um templo da Igreja Universal.
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Cine Cecomtur, rua Arcipreste Paiva, 107, bairro Centro, inaugurado em 1975, anexo ao hotel de mesmo nome, atual Auditório da Justiça Federal, em frente ao Cine Ritz, a mais luxuosa sala de Florianópolis. Quando foi inaugurado, a idéia era que fosse o cinema do Hotel Cecomtur, que pertencia à mesma família proprietária da rede de cinemas da cidade Família Daux. Nos anos 1970, as obras do hotel ficaram pela metade, porque o grupo não teve recursos para completá-las. Mas o cinema foi concluído, com entrada pela frente da tela, como são hoje as salas de exibição dos shoppings, fechou as portas em 1994, o último a fechar as portas.

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Platéia
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Cine Glória, localizada na rua Fulvio Aducci, bairro Estreito, construído em 1960, era grande e muito bem montado, o prédio já demolido.

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Cine Gloria
Pintura de Átila Ramos
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Cine Imperial, rua João Pinto, 156, bairro Centro, (atual Loja Millium), inaugurado em 1939, tinha 340 lugares, pequeno, com inclinação na platéia, mas bem equipado, tinha foyer e bomboniere, virou fábrica de sabão e muito mais tarde abriu como Cine Coral, depois Cine Carlitos, fez muito sucesso nos anos 1940 com os Bang-Bang, fechou no início da década de 1990.

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Cine Ponto Chic, funcionava na rua Felipe Schmidt esquina rua Trajano, bairro Centro, depois Cine Lido, neste cinema os filmes mudos ainda, eram acompanhados por uma orquestra ao vivo, acomodado no segundo andar do prédio, era pequeno tinha platéia plana, era frequentado pelo melhor da sociedade da capital, outro ocupa o espaço, o Cine Central, inaugurado em janeiro/1959, com o filme "Os Sete Samurais", teve uma vida curta, encerrando as suas atividades em março/1960, o motivo, acredita-se o boicote dos donos das salas de cinema comercial.

 (atual Livraria Catarinense).
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Prédio na esquina Rua Felipe Schmidt com rua Trajano (atual Livraria Catarinense)
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No final do século XIX e início do século XX, funcionou no atual endereço do atual TAC - Teatro Álvaro de Carvalho, com entrada pela rua Visconde de Ouro Preto, bairro Centro, o Cine Variedades, que tinha a Companhia Variedades de Germano Alves, onde havia exibição de animais de acrobacias e do Cinematógrapho Lumiere, depois foi o Cine Royal, último cinema a funcionar no local foi o Cine Odeon
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Entrada lateral do Cine Odeon
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Cine Palace, funcionava na rua Tenente Silveira, esquina rua Jerônimo Coelho, bairro Centro, inaugurado em 1931 (atual Edifício das Diretorias), o primeiro filme sonoro foi exibido nesta sala.
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Atual Edifício das Diretorias
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Cine Ritz, na Arcipreste Paiva, 110, bairro Centro, nascido como Cine Rex, em 18 de agosto de 1935, em 1943, o dono do prédio, Jorge Daux, não renovou o contrato com o Cine Rex, e criou em seu lugar aquele que viria a ser o mais conhecido dos cinemas de rua da cidade: o Ritz, era a maior sala da cidade, 840 lugares, ali passaram grandes sucessos de bilheteria, fechou suas portas na década de 1990.
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Fachada
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Texto do anúncio em jornais da época de inauguração do Cine Rex:
Grande Data!
Em 18 de Agosto de 1935
O REX 
SURGIRÁ'!
O deslumbrante palácio da rua Arcipreste Paiva recepci-
onará neste dia memorável o GRANDE PÚBLICO 
deste ilha maravilhosa!
RICOS e POBRES terão as sua ordens:
Uma elegante bombonnière!
Um bar pariseiense!
Uma illuminação surprihendente!
Uma galeria de mostruário em crystal fulgurante!
Um mobiliário ultra moderno!
e
 O único apparelhamento de classe de todo o Estado
por onde passarão:
as mais fascinantes películas
com harmoniosas canções,
com bailados estonteantes
e
com os mais canóros rouxinóis da téla!!!
Todos, sem excepção ao REX!
(o texto segue a linguagem da época)

Nas terças-feiras tinha a "Sessão das Moças", uma matinê com ingressos mais baratos.
As moças suspiravam com as estrelas e galãs da época, e escolhiam seus melhores trajes e penteados.

Na tela passava uma série de filmes românticos, propícios para iniciar um namorico. Todos suspiravam com as estrelas e  galãs da época , no bom estilo de Rita Rayworth e Humphrey Bogart.
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Humphrey Bogart

Um momento em que, principalmente o público feminino, assimilava a moda, os trajes, os penteados, o jeito de andar, dançar, fumar e  beijar de Hollywood.
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No domingo, havia, às 10 horas da manhã, a Matine, uma sessão livre de desenhos para a garotada, sobretudo de Tom e Jerry.
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Porém, o número de adultos neste cinema muitas vezes ultrapassava a quantidade de crianças, pois o marmanjões iam para o Ritz acompanhar as travessuras do gato e o rato com a desculpa de fazer companhia aos pequenos freqüentadores.

– As pessoas colocavam “Roupa de Domingo”, enfrentavam filas enormes, mesmo com vento sul, para fazer parte do acontecimento social – relembra Norberto Depizzolatti, cineasta, pesquisador e técnico conservador do acervo da Casa da Memória.

Os filmes Épicos e Western também faziam muito sucesso, principalmente com os rapazes.
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Uma crônica salientava que o Cine Ritz era uma casa de diversões que se constituía  num ambiente familiar da sociedade florianopolitana, e que havia se transformado  no centro preferido de reuniões daqueles que gostavam da cinematografia ou como simples distração que propiciava um alívio mental.

Uma das mudanças implementadas pelo proprietário Jorge Daux, foi a abertura de um túnel até a rua Padre Miguelinho, para que a porta de saída fosse diferente daquela da entrada. Isso possibilitava que a próxima sessão começasse logo após o término da anterior, além de evitar que as pessoas assistissem a outro filme sem pagar novamente.
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Cine Roxyera conhecido como “rei das matinês” devido às sessões vespertinas, com pipoqueiros e bombonière, na rua Padre Miguelino, bairro Centro, no primeiro andar, neste prédio já havia funcionado o Cine Royal (transferiu-se para o TAC), depois como Cine Centro Popular, pequeno, de platéia plana e sem balcão, o prédio hoje pertencente à Igreja Católica (atual Salão Paroquial), funcionou durante muitas décadas um cinema do tipo pulgueiro, o lendário Roxy, de tantas matinês e sessões duplas, um dos primeiros a exibir filmes sonoros, ainda que com problemas de sincronização frequentes. 
A partir da década de 1970, o Roxy passou a investir com mais firmeza nas chamadas sessões duplas. Passavam em sessão corrida, por exemplo, um faroeste italiano do tipo  “spaghethis” e uma pornô chanchada brasileira ou italiana. O Roxy apresentava uma sessão dupla para as crianças com mais de 10 anos, que se deliciavam com "homens voadores, homens invisíveis, intrépidos aventureiros, audaciosos mascarados, foguetes rasgando o espaço, aviões explodindo no ar, automóveis em alta velocidade, perseguições… Eram a sessão dominical, com direito a sapatear no piso de madeira do velho casarão, quando o filme ‘arrebentava’ justamente quando o cipó de Nioka, a mulher das selvas, partia sobre o rio infestado de jacarés famintos. Assim como outras salas da cidade, em seu período de decadência exibiu filmes pornográficos.
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A sessão começava às 14 horas e terminava às 18 horas. Todavia, o movimento iniciava por volta do meio dia e meia.

Quando eram 14 horas, começava o primeiro filme, geralmente um Western e, em seguida, a criançada assistia o episódio do dia de um seriado dividido em 12 partes, como o de Nioka e de Flash Gordon. No final de cada capítulo, o mocinho era colocado em situação de morte e desta forma o seriado prendia a atenção da molecada que ficava persuadida em retornar ao cinema no próximo final de semana para saber como é que o seu herói iria se escapar de mais esta cilada, provocada por algum malfeitor. Magia do cinema dos anos 1960. No final apresentava somente filmes pornográficos até seu fechamento.
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Cine São José, tinha duas frentes entre a rua Padre Miguelino e rua Visconde de Ouro Preto, sua construção deu-se de 1951 a 1954, foi um empreendimento dos Daux, com 1000 lugares, o maior da cidade, construído como um verdadeiro Cine Palácio, desde sua fachada com sua torre lateral e seu painel de vidros na frente da fachada, havia displays iluminados que mostravam os filmes em cartaz, além da utilização de gesso e efeitos de iluminação.

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Cine Scala, rua Gen. Gaspar Dutra, bairro Estreito, inaugurado como Cine Império, em 1960, a sala era pequena e mais simples, depois mudou o nome para Cine Jalisco, muito frequentado por soldados, pois o prédio era ao lado do Quartel do 63º BI, fechou em 1994, nesta época apresentava só filmes pornôs, depois passou a ser o Babilônia Club, o terreno ainda está lá, entre o posto Texaco e o 63º BI. O prédio após fechar e abandonado, acabou ameaçando desabar, sendo, portando demolido, sob sua marquise era a ponto do ônibus.

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Desabamento do prédio que foi visto pelos bombeiros que fica do outro lado da rua
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Na década de 1960, os cinemas de Florianópolis eram: São José, Roxy, Império, Ritz e Glória.

Com o fim dos cinemas de rua, o Roxy, Ritz, São José, Cecomtur e Coral perderam a razão de ser. Fechados aos poucos, viraram templos evangélicos ou supermercados. Sobrou-nos as salas claustrofóbicas dos cinemas de shopping.

Os Cines Roxy e Ritz foram dois símbolos perfeitos da garotada de Florianópolis em diferentes épocas.

Os meninos dos anos 1950 e 1960 iam aos dois cinemas para assistir os seriados nos finais de semana. Cada sábado ou domingo, chegava um capítulo novo. Era uma sensação, só comparável hoje as lan houses.

Em Florianópolis fecharam 9 salas de cinema de rua, e na Grande Florianópolis fecharam 6 salas de cinema de rua.
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Sofia Loren no Filme Felizes para Sempre (C'era una volta) - 1967
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O Fim do Cinema de Rua

Durante a ditadura, as pornôs chanchadas foram exibidas em várias salas, por não ter nenhum apelo político, sinalizando a decadência do cinema na cidade.

- Pornô Chanchada, eram filmes nacionais que utilizavam belas mulheres como chamariz, diálogos mediucre, mas não tinham nada de sexo. Era muita sacanagem nos diálogos e uns seios ou bundas parciais (a censura só deixava aparecer a metade).

As filas ficaram menores, diminuiu o fluxo de espectadores e as salas começaram a fechar. No final dos anos 1970 e início de 1980 o setor já estava enfraquecido. Os cinemas não resistiram ao crescimento imobiliário, às mudanças de comportamento da população e às transformações tecnológicas. Aos poucos foram fechando, um a um.

- Para Depizzolatti, a decadência começou com o abandono do centro histórico e o crescimento da cidade, as pessoas se espalharam. As ruas foram asfaltadas e o Centro virou um lugar de passagem, abrigando bancos e comércio, carente de equipamentos culturais.

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Fora do Shopping

Atualmente, os únicos cinemas que não estão dentro de shopping são:

Cineclube Nossa Senhora do DesterroCentro Integrado de Cultura - CIC, dirigido pelo querido Gilberto Gerlach, na verdade o Cineclube Nossa Senhora do Desterro, única sala de exibição de filmes não-comerciais de Florianópolis.
Gilberto Gerlach começou o Cineclube no Teatro Adolpho Mello, em São José. Depois, transferiu suas atividades para o Cine Jalisco nos anos 80. Finalmente, instalou-se no CIC, onde está até hoje.

Cineclube Carijó, rua Anteno Borges, nº 409, Canasvieiras,

Cineclube Sol da Terra, na Lagoa da Conceição.
Paradigma Cine Arte,

Cine Clube Ieda Beck,

Cine Clube Badesc,

Cine Célula,

Apesar disso, vale ressaltar que o Centro conta com cada vez mais iniciativas de cineclubes, como o do Museu Victor Meirelles, o da Fundação Badesc, o da Cinemateca Catarinense, dentre outros.
Salas de cinemas em shopping:

Shopping

Shopping Beira Mar, Rede Arcoiris
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Shopping Floripa, Rede Cinemark
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Shopping Iguatemi, Rede Cinesystem
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De acordo com Gilberto Gerlach, o mentor do Nossa Senhora do Desterro e do recém-extinto Cine York do centro histórico de São José, o público diminuiu muito ao logo dos anos 1990, com o surgimento de novas mídias, mudanças no ritmo de vida e falta de interesse da nova geração por filmes de reflexão. Apesar de haver algumas salas em shoppings com uma programação além-Hollywood, o público não é o mesmo do cineclube.

Para Gerlach, quem assistia um filme em uma sala de cinema tradicional tinha uma relação e sensação totalmente diferente de quem vai hoje ao shopping. No lugar de cartazes de filmes e divas, um luminoso com promoção de coca-cola e pizza.
Na maior parte das antigas salas era proibido comer e beber. No CIC ainda é assim.

O fundador do Cine Art 7, Darci Costa, lamenta que o cinema seja visto como um mero passatempo.
–Atualmente os cinemas se confundem com circo, a platéia com enormes sacos de pipoca e uma programação sem qualidade – comenta Costa.

O cineasta Zeca Pires relembra com romantismo o ritual de anos atrás, mas acredita que as transformações podem ser vistas sob um olhar otimista.
– O cinema nasceu coma revolução industrial e está intimamente ligado aos avanços tecnológicos no seu processo de realização e exibição. Algumas mudanças da película para o digital são inevitáveis e podem popularizar o acesso da população à produção audiovisual, se houver mobilização da sociedade e vontade política do governo.

Pires lembra ainda que quando morava no Centro, seu pai tinha conta no armazém do seu Berka. Muitas vezes ele não tinha dinheiro para o ingresso do cinema, então pedia para anotar que tinha comprado um produto com o valor próximo ao do ingresso e ele lhe dava o dinheiro ao invés do produto.

Novos Tempos ...

Com a chegada das salas Multiplex, pensou-se que teria à disposição um cardápio variado de filmes e poderíamos assistir às estréias no mesmo tempo que um espectador de São Paulo ou Nova York.

As novas salas vieram com poltronas confortáveis, projetores e som de última geração e ambiente em formato stádium, que permite boa visualização em qualquer assento. Mas a  programação –
Vê-se no jornal que os filmes são basicamente os mesmos em todas as salas. São poucas iniciativas que vão além do cinema comercial.
Cinesystem, no Shopping Iguatemi, tem o projeto “Um Outro Olhar”, destinado às produções independentes e filmes de arte de diversos países.
Cinemark, no Floripa Shopping, oferece a opção “Sessão Cine Cult”. Os filmes são exibidos diariamente, às 15h10min, com preços acessíveis, R$ 4(inteira) e R$ 2 (meia).

Para o cineasta Zeca Pires, o que deixa a desejar é a qualidade dos filmes exibidos.
Não é nenhuma novidade que o cinema norte-americano tem ocupação maciça nas salas de todo o país, chegando a 90%.
– O que acontece é um fenômeno brasileiro, que só agora observamos aqui na ilha em função do aumento do número de salas. Falo do número excessivo de cópias do mesmo filme, normalmente de origem norte-americana.
A França, por exemplo, limitou o número de cópias por filme. O problema está no modelo de exibição e distribuição brasileira, que cultural e economicamente, foi criado em função de Hollywood – diz Zeca Pires.
A fatia para as outras produções é pequena para a quantidade de produção que são finalizadas todos os anos ao redor do Mundo.

A Distribuição

O cinema de qualidade não pode ser definido pela bilheteria, justamente porque o gargalo é a própria distribuição. Nessa disputa infiel, o cinema brasileiro é o que mais pena. De acordo com Cláudia Cardenas, da Câmera Olho Filmes e Produções e uma das contempladas no III Prêmio Funcine de Produção Audiovisual, os filmes nacionais praticamente não têm espaço nas salas e, quando vêm, ficam poucos dias em cartaz.

Muitas salas de exibição apenas cumprem a cota de tela, quantidade mínima de títulos e dias que os cinemas devem exibir filmes produzidos no Brasil. A obrigatoriedade de exibição visa promover a auto-sustentabilidade da indústria cinematográfica nacional.
- Este desinteresse pelo cinema é uma condição antiga, que se estende para outras áreas da cultura e depende de investimentos na formação de público. -

O mercado preferencial do cinema, em que Florianópolis não tem uma cadeira reservada, por exemplo, determinado número de cópias de um filme é distribuído por todo o país. As primeiras vão para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, que terão estréia simultânea.
As cidades que estão fora deste mercado preferencial vão receber os filmes com atraso.

Segundo Carlos Maurício Sabbag, diretor de programação do grupo paranaense Cinesystem, o mercado está muito competitivo e o número de cópias mal atende ao mercado do eixo Rio/São Paulo. A distribuição também depende de outros fatores, como o perfil do mercado, investimentos e mídia adequados. Em alguns casos, como no esperado Ensaio Sobre a Cegueira, a estréia aconteceu simultaneamente em várias capitais. Dessa vez, Florianópolis não ficou de fora.

O tempo do cinema à moda antiga passou, o Multiplex, tomaram conta de praticamente todas as salas. Essa migração dos cinemas para os shoppings é uma tendência mundial.

O formato Multiplex surgiu há 20 anos nos EUA, e passou a ser adotado no Brasil no final da década de 1990. De acordo com pesquisas do BNDES, o novo conceito proporcionou um aumento da receita para os exibidores, com crescimento de público e publicidade, além da oferta de serviços de entretenimento e estacionamento.

Outro fenômeno é a modificação dos cinemas de rua em igrejas, quando não se transformam em bingos, boates ou estacionamentos. Desde a metade dos anos 1990 os últimos cinemas, que ocupavam edificações antigas e prédios tombados, foram desativados e sucateados, dando espaço a outros empreendimentos.

Florianópolis, é vendido e abrigará galeria comercial

De acordo com Cúria Metropolitana de Florianópolis, a venda foi fechada na última semana
MARCIANO DIOGO FLORIANÓPOLIS
21/07/2015 13H51
Eduardo Valente/Arquivo/ND

Ainda não foi divulgado qual empresa privado comprou o imóvel que abrigava o antigo Cine Ritz
Ainda não foi divulgado qual empresa privada comprou o imóvel que abrigava o antigo Cine Ritz
Alvo de polêmicas nos últimos cinco anos, o imóvel que abrigava o antigo Cine Ritz em Florianópolis foi vendido para uma empresa privada. A informação foi confirmada pela Cúria Metropolitana de Florianópolis, entidade que havia comprado o prédio do Badesc (Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina) em um leilão em 2007. “A pretensão do empresário que adquiriu o imóvel, que preferiu ter seu nome ainda não revelado, é instalar no local uma galeria de lojas com cafeteria. Assinamos o contrato de venda e o valor integral já foi pago. Com o dinheiro, também pagamos o que devíamos para o Badesc”, afirma o padre Leandro José Rech, que está à frente da Cúria Metropolitana de Florianópolis. Através da assessoria de comunicação, o Badesc confirmou que a dívida do imóvel foi quitada no dia 30 de junho pela Cúria.

Como o imóvel construído em 1935 é tombado como patrimônio histórico e artístico de Florianópolis desde 1986, a empresa que comprou o prédio possivelmente deverá conservar a fachada do prédio – a edificação foi tombada como patrimônio pelo decreto municipal 270, com NP (Nível de Preservação) número dois, que preserva somente a área externa e telhado do imóvel. O valor que a empresa pagou pelo imóvel que abrigava o antigo Cine Ritz no Centro da Capital também não foi revelado, porém conforme noticiou o Notícias do Dia em abril deste ano, a venda do prédio estava sendo anunciada em um site de imóveis de luxo pelo valor de R$ 8,5 milhões. 

“Como o contrato já foi assinado e o pagamento feito, não temos mais responsabilidade sobre o imóvel”, confirma o padre Leandro Rech.


Apesar das especulações, ainda não é possível determinar o uso final do prédio de 1.600 m² adquirido pela iniciativa privada.  O imóvel número 110 da rua Arcipreste Paiva foi um dos cinemas mais movimentados da década de 1980, quando foi desativado. Nos últimos meses, a Prefeitura de Florianópolis havia reaberto as negociações com a Cúria Metropolitana da cidade para comprar o imóvel, porém a venda não foi firmada. A intenção da SMDU (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), que chegou a contatar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para viabilizar a captação de recursos para restauro do prédio, era instalar no local um espaço cultural no local. Procurada pelo Notícias do Dia, a SMDU afirmou em nota oficial através de e-mail que ainda não se pronunciará sobre a venda do imóvel, já que a informação ainda não foi formalizada junto ao Executivo, e que irá se posicionar sobre o fato somente após a confirmação.

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Se teve um fim, vamos relembrar,
- Os Bons Tempos, Todos os Tempos.


Fontes:
Texto adaptado: - César Valente, O que é bom sempre volta.
Overblog Paradiso Perdido - A História dos Cinemas de Rua de Florianópolis.
Jaime Muller

11 comentários:

  1. Uma breve correçao sobre os Cines Cecomtur e Carlitos. Eles nao fecharam no final dos anos 80, e sim no começo dos 90. Por exemplo, lembro de ter assistido Ghost - Do Outro Lado da Vida no Cecomtur em fevereiro de 1991 e Batman - o Retorno no Carlitos em julho de 1992.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Achei muito legal seu blog, saudosista, que coisa boa, mas vamos ao que interessa;
    e o Cine São josé, na rua Padre Miguelinho, será que eu fui o único à ir lá ou estou ficando maluco?

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  4. Gostei, me procure no skype: pedropaulodutra ou email: liguepepe@gmail.com

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  5. POXA NÃO FOI FALADO NADA DO CINE CENTER QUE FICAVA NO SHOPPING ITAGUÇÚ TRABALHEI LA MUITO TEMPO COMO OPERADOR

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  6. Puxa muito bom. O que procuro a muitos anos é saber qual era a musica de abertura do cine são José? você poderia me ajudar? Obrigado

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  7. Você se esqueceu de mencionar que no local onde hoje é a Livraria Catarinense, Rua Filipe Schmidt, no início dos anos 60 funcionou o Cine Central, também de DARCI COSTA, e que durou apenas 02 anos, devido ao boicote dos donos das salas de cinema comercial.

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  8. A MATÉRIA EM NEM UM MOMENTO FALOU DO CINE CENTRAL, DE DARCI COSTA, QUE FUNCIONOU NO PRÉDIO EM QUE É HOJE A LIVRARIA CATARINENSE. INAUGURADO EM JANEIRO/1959, COM O FILME "OS SETE SAMURAIS", TEVE UMA VIDA CURTA, ENCERRANDO AS SUAS ATIVIDADES EM MARÇO/1960. MOTIVO: BOICOTE DOS DONOS DAS SALAS DE CINEMA COMERCIAL.

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  9. Alguém sabe em que ano fechou o Cine Ritz? Em buscas na internet, só mencionam que foi no início dos anos 90, mas gostaria de saber exatamente quando foi.

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    1. O ultimo filme que eu vi lá foi imperio dos sentidos, acho que 1989.

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  10. Tinha um na Trindade, próximo onde hoje é o Cartório Maria Alice. Naquela rua que desce. Era das Freiras e foi fechado. Não sei o Nome. Alguém sabe?

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